quarta-feira, 30 de março de 2011

Juventude transviada


Ouvi dizer uma vez que a história irá sempre se repetir, sempre iremos exaltar as gerações anteriores a nossa e criticar as posteriores, quantas vezes você, independente da sua idade, não ouviu alguém mais velho te dizer frases do tipo “antigamente que era bom...”, ou “os mininos de hoje não sabem se divertir”, entre outras clássicas, mesmo que esta pessoa tenha encarado a repressão da ditadura, ainda que os seus pais o tenham tratado com uma selvageria inexplicável , fora a quantidade de irmãos, são tantos que não dá nem para contar nas mãos, mesmo que esteja utilizando as duas, e, os recursos tecnológicos fossem tão limitados a ponto de uma geladeira ser considerado artigo de luxo. Isso, quando comparado a tudo o que nos cerca atualmente e a toda esta carga diária de informação que os nossos jovens recebem, não é muito difícil de imaginar a resposta quem um adolescente daria para qualquer que seja a afirmação de que “o tempo bom não volta mais”, é fato que atualmente saciamos a nossa necessidade de amizades com redes sociais, encurtamos a distância com celulares e a própria internet, onde hoje é possível realizar compras, ler livros, visitar museus, entre outras infinidades de recursos e possibilidades, maquiamos nossa ignorância com roupas da moda, comemos tudo aquilo o que é bom e saudável, ou pelo menos o que a TV nos diz que é bom e saudável, temos de confiar nela afinal é ela quem tem criado nossas crianças, enfim, ninguém, normal, trocaria os prazeres da vida moderna por um passado já vivido e bem conhecido por todos, a não ser alguns que ainda vivem no passado, mas a realidade é outra já faz bastante tempo.


Hoje um fato me fez refletir sobre o passado, não acredito em coincidências, mas ocorreu uma sucessão de acontecimentos que me levaram a um ônibus lotado de jovens na volta para a casa, fazia algum tempo que não via tal situação, a gritaria, a zuação, toda a energia, e hormônios à flor da pele, da juventude, mas o que realmente me chamou muito a atenção foi ver o quanto os jovens dão importância para as marcas e estereótipos, mesmo sabendo que a grande maioria não tem condições de manter tais caprichos, não que não tenha existido esse tipo de comportamento na minha época, mas é que hoje vemos isso com muito mais clareza. Ficou evidente a resposta que eu buscava anteriormente, é... Realmente tempo bom era antigamente, me senti um tiozão, mesmo sabendo que amanhã eu estarei completando os meus vinte e poucos anos, vendo todas aquelas vitrines ambulantes exibindo mochilas, tênis e celulares dentre outros acessórios, vi muitos sorrisos estampados nas faces da puberdade, mas me perguntei “será que eles são realmente felizes?”.


Novamente, se eu fizesse uma enquete com todos os jovens presentes, acredito que teria uma resposta uníssona, SIM, mas se entrasse no mérito de abranger um pouco mais este questionamento, com certeza teria algumas respostas bem diferentes, porém não entrei nesse mérito, mas constatei hoje, e tenho observado faz algum tempo, o quanto estamos nos tornando individualistas, como o mundo tem ensinado o capitalismo selvagem e muito pouco de filosofia, vejo crianças tristes porque não tem um tênis da moda, ou frustrado porque está com um celular que saiu de linha, sendo que este nem sequer recebe ligações, a não ser dos próprios pais que ligam para incomodar quando finalmente o moleque está conseguindo se divertir, o que rola é que vejo a nova geração com tudo o que não tínhamos antigamente, utilizando de uma forma que nunca ousaríamos usar, isso com base na mentalidade e formas de criação anteriores, pensando bem acho que é isto mesmo, o erro está na criação, acredito que na tentativa de não cometer os erros que os nossos pais cometeram no passado criam-se crianças com muito mais liberdade, muito menos limites e conseqüentemente muito menos vontade de ser, porém muito mais preocupados em ter, não porque os pais o criaram assim, mas porque as babás, TV e Internet, modificaram e limitaram a forma de pensar dos nossos pupilos.


Enfim, os tempos mudaram isso é fato, mas a história ainda continua sempre a mesma.


Bom, só gostaria de agradecer, primeiramente a Deus, a meus pais e irmãos, amigos e família, enfim, tudo aquilo que me cerca e que me fez e faz ser o que sou hoje, sem tirar nem por uma vírgula que seja, OBRIGADO a você que talvez não me conheça, mas que de alguma forma teve interesse em ler toda essa viagem, que eu faço de coração e espero que tenham gostado.


Beijos e abraços

2 comentários:

Anônimo disse...

E sempre bom admirar um Pensamento Racional!Temos que Viver a cada dia como fosse o único, sem interrupções e lembranças dos tempos passados.Parabens Jõao por mais um dia Vida e por mostrar com Elegância um modo de ver as Coisas.
"LEIA O LIVRO DO UNIVERSO EM DESENCANTO"
"LEIA O BLOG DE JOÃO PAULO MENDES"

Abçs,

Lucas Rodrigues - Black City - Brasil.

Anônimo disse...

Então,primo...
Estava também pensando sobre isto esses dias. Aqui em Lavras é um tal de Republica tal,Festa de num sei quem...
As pessoas aqui se preocupam MUITO em ter.
São lindas por fora,mas são completamente superficiais...
Vazias!
Mas enfim,adoreei seu post e as fotos.
Muito interessante...
Um dia eu ainda escrevo assim!
kkk

Beeeijo ;*

Isadora

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